O diretor global de sustentabilidade da JBS disse à Reuters que a meta de zerar as emissões da empresa até 2040 era apenas uma “aspiração” e que “nunca foi uma promessa de que a JBS realmente iria cumprir essa meta”. Em 2021, a empresa havia anunciado esse objetivo como um “compromisso” e uma “promessa”, mas conforme revelou a matéria, Jason Weller declarou que não se tratava de um compromisso formal.
Dez trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão pela fiscalização do trabalho em uma prestadora de serviços da JBS na cidade de Arvorezinha, no Rio Grande do Sul, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT). Os resgatados trabalhavam na apanha de frangos, a atividade de colocar frangos em caixas e carregá-las em caminhões. Segundo o MPT, eles foram encontrados em alojamentos precários e com alimentação escassa.
Uma reavaliação de 68 casos de desmatamento ligados a fornecedores da JBS no Brasil pela Mighty Earth revelou que, em 22 das 59 fazendas analisadas, houve um aumento de desmatamento após a detecção inicial da destruição da floresta. Além disso,o estudo identificou que outros 37 casos associados à cadeia de fornecedores da JBS somam mais 60.218 hectares desmatados até setembro de 2023.
A JBS é a processadora de carne com maior exposição ao risco de desmatamento, segundo a Global Canopy. A organização estima que sua cadeia produtiva esteja exposta a uma área de 805.370 hectares recentemente desmatados.
Quatro membros do Parlamento Europeu questionaram a Comissão Europeia sobre o suposto greenwashing da JBS, retomando denúncia que havia sido feita em Nova Iorque pela alegação de propagandas “não comprovadas e enganosas” sobre sua meta de atingir emissões líquidas zero até 2040 . A Comissão respondeu que “está ciente das alegações contra a JBS, assim como dos múltiplos impactos negativos que declarações ambientais enganosas têm sobre os consumidores e sobre empresas que fazem esforços genuínos para melhorar sua sustentabilidade”.
Uma investigação do Unearthed, braço de jornalismo investigativo do Greenpeace, revelou que a JBS comprou gado mais de 100 vezes de uma fazenda que foi multada em quase 2 milhões de libras por destruir ilegalmente áreas únicas e vulneráveis no Pantanal. De acordo com a análise da AidEnvironment, a Fazenda Querência desmatou um total de 50 km² de vegetação nativa entre 2019 e 2023, destruindo uma área do Pantanal equivalente à metade do tamanho de Paris. Conforme revela a investigação, entre 2018 e 2023, a própria plataforma de transparência da JBS registrou 112 compras de gado realizadas pelos seus dois frigoríficos em Campo Grande (MS) diretamente da fazenda.
Segundo a Folha de São Paulo, o Ibama multou a JBS em 615,5 mil reais por comercializar gado proveniente de áreas desmatadas ilegalmente. As irregularidades foram identificadas na unidade frigorífica da empresa em Tucumã (PA) durante a operação “Carne Fria 2”.
Segundo noticiado pela Reuters, a rede de fast food McDonald’s processou a JBS, a Tyson Foods e outras empresas líderes no setor de processamento e embalagem de carne. De acordo com a acusação, as empresas teriam se organizado durante anos para restringir a oferta de carne no mercado, elevando artificialmente os preços praticados. A ação tramita em um tribunal federal dos Estados Unidos.
O Greenpeace Nórdico estima que as emissões de metano da JBS rivalizam com as da ExxonMobil e da Shell juntas. Segundo o estudo, se a JBS fosse uma empresa do setor de combustíveis fósseis, ela seria a quinta maior emissora de metano do mundo, com 4,52 milhões de toneladas de CH₄ por ano.
Uma investigação da Mighty Earth revelou que 27 frigoríficos da JBS, que abasteceram grandes varejistas como Carrefour, Casino, Grupo Mateus e os supermercados Sendas/Assaí no Brasil, estiveram ligados a quase 470 mil hectares de desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado entre 2009 e 2023. O desmatamento equivale a sete vezes o tamanho de Londres.
